segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Terremotos?

Bovespa fecha em queda com aversão ao risco por China



Paulo Fridman/Bloomberg News
Bovespa: o Ibovespa recuou 2,79 por cento, a 42.141 pontos
Da REUTERS
São Paulo - A Bovespa iniciou 2016 em forte queda, ampliando as perdas do ano passado, e fechou nesta segunda-feira no menor nível desde abril de 2009, diante da maior aversão ao risco no exterior, após números fracos da indústria chinesa em dezembro elevarem temores sobre a desaceleração da economia mundial.
Ibovespa recuou 2,79 por cento, a 42.141 pontos, menor patamar desde primeiro de abril de 2009. O giro financeiro do pregão foi de 5,16 bilhões de reais.
Os resultados do PMI oficial e do PMI do Caixin/Markit, que mostraram encolhimento da atividade industrial da China no mês passado, levaram as ações chinesas a despencarem 7 por cento, forçando as bolsas a suspenderem as operações nacionalmente pela primeira vez.
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As ações europeias recuaram com força em meio à decepção com os dados chineses, levando o índice FTSEurofirst 300 a fechar em queda de 2,53 por cento, ao passo que o norte-americano S&P 500 perdia 1,95 por cento. Números dos Estados Unidos também não foram encorajadores, com a atividade industrial contraindo ainda mais em dezembro, segundo dados do Instituto de Gestão de Fornecimento.
Corroborou ainda a cautela dos investidores o rompimento das relações diplomáticas da Arábia Saudita com o Irã, no domingo, em resposta à invasão da embaixada saudita em Teerã.
"Esses fatores, com o aumento da aversão ao risco, estão afetando a Bovespa como um todo", disse o operador Thiago Montenegro, da Quantitas Asset Management.
Segundo profissionais do mercado, o noticiário doméstico seguiu desanimador, ainda no contexto de incertezas sobre a política econômica da nova equipe do Ministério da Fazenda. A pesquisa Focus do BC mostrou piora nas projeções do PIB deste ano.
A queda da bolsa brasileira se acentuou perto do fim da sessão, possivelmente por conta de ordens automáticas de venda para evitar maiores perdas (stop loss), disse o analista Luis Gustavo Pereira, da Guide Investimentos. "A gente perdeu um patamar importante, a cotação mínima intradia de 2015. Então, de certa forma, abre espaço para mais quedas", afirmou.
DESTAQUES
=ITAÚ UNIBANCO caiu 4,48 por cento, seguindo a toada negativa do mercado, mesmo após a compra de fatia do BTG Pactual na empresa de recuperação de crédito Recovery e de portfólio de empréstimos, negócio pelo qual pagará 1,2 bilhão de reais. "A transação é interessante para o Itaú Unibanco, aumentando a expertise em serviços de recuperação de crédito, principalmente agora que o mercado espera um aumento na inadimplência e piora na qualidade de crédito", disse a equipe da Guide Investimentos em relatório. A unit do BTG Pactual, que não está no Ibovespa, subiu 2 por cento.
=PETROBRAS foi uma das poucas altas do índice, com a preferencial avançando 2,54 por cento e ajudando a reduzir a queda do índice. O papel, porém, se distanciou das máximas do dia, quando chegou a subir 4,9 por cento, após os preços do petróleo passarem para o território negativo.
=VALE teve queda de 2,44 por cento nas ações preferenciais em meio ao noticiário negativo da China. O setor siderúrgico também recuou, com destaque para a USIMINAS, com queda de 5,81 por cento. =LOG-IN, fora do Ibovespa, subiu 11,57 por cento após ganhos de 24,7 por cento no último pregão de 2015. Uma fonte disse à Reuters que a empresa de mineração e logística Manabi Holding propôs injetar cerca de 400 milhões de reais na Log-In em troca de uma participação entre 60 por cento e 70 por cento na companhia. Nesta segunda-feira, após o fechamento do mercado, a Manabi disse que apresentou proposta para subscrever em um aumento de capital participação equivalente a, no mínimo, 51 por cento do capital social e votante da Log-In, sem qualquer pagamento aos seus acionistas.
=KLABIN teve a maior baixa do Ibovespa, de 6,44 por cento. A Citi Corretora tirou o papel de sua carteira recomendada para janeiro para inserir a rival Suzano, citando expectativa de continuidade no crescimento do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês).
Texto atualizado às 19h36

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