Seis
mulheres indígenas que vale a pena seguir nas redes
Publicado
há 3 dias - em 7 de abril de 2016 » Atualizado às 12:18
Categoria » Questões de Gênero
Categoria » Questões de Gênero
Elas estão na linha de frente da luta contra os
ruralistas do Congresso
Do Azmina
De todas as coisas em jogo na atual
crise política, poucas talvez tenham tanta importância quanto o futuro dos indígenas
brasileiros. Fortalecidos nos últimos anos, deputados e senadores ligados
ao agronegócio promovem no Congresso o maior ataque contra os povos indígenas em décadas, pressionando pela
aprovação de uma série de propostas que ameaçam sua sobrevivência.
Muitas mulheres indígenas estão
na linha de frente da resistência a essa ofensiva. Montamos uma lista com seis
dessas líderes, que têm usado as redes para se expressar sobre seus problemas
mais urgentes, mas também expor suas visões de mundo e obras de arte.
Sônia Guajajara
Coordenadora-executiva da Articulação dos Povos
Indígenas do Brasil (Apib), Sônia é uma das principais vozes do movimento
indígena nacional.
Integrante do povo Guajajara, do
Maranhão, formou-se em letras e enfermagem e já representou indígenas
brasileiros em vários eventos internacionais, como a Conferência do Clima em
Paris, em 2015. No mesmo ano, foi premiada com a Ordem do Mérito
Cultural, do Ministério da Cultura.
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No Facebook
ou através da página da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.
Valdelice Verón
Uma das principais lideranças Guarani Kaiowá,
Valdelice está na linha de frente da luta pela demarcação das terras
tradicionais do seu povo, em Mato Grosso do Sul.
Os Guarani Kaiowá vivem hoje em
apenas uma fração de seu território original, divididos entre reservas
superlotadas e acampamentos à beira da estrada. Em 2003, o pai de Valdelice – o
cacique Marcos Verón – foi brutalmente assassinado a mando de um fazendeiro.
Ninguém jamais foi condenado pelo homicídio.
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Valdelice:
Hushashu Yawanawá
Hushashu, 36 anos, foi uma das
primeiras mulheres da etnia Yawanawá (Acre) a se iniciar nos estudos do
xamanismo. Muitos a consideram uma pajé, mas ela rejeita o título com
humildade: “Quem sabe quando eu for bem mais velha possa ser pajé, ou ficar
mais perto de ser pajé”.
Exuberantes e delicados, seus
desenhos – que retratam sonhos e mirações sob o efeito do uni (ayahuasca) – já
foram expostos em vários lugares do Brasil.
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Hushashu:
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Daiara Tukano
Militante feminista, artista
plástica e correspondente em Brasília da Rádio Yandê (primeira rádio online
indígena do Brasil), participou da construção da Marcha das Vadias no Distrito
Federal e da Marcha Mundial das Mulheres, levando a pauta indígena a esses
espaços. Daiara foi coordenadora do Circuito Universitário de Cultura e Arte da
União Nacional dos Estudantes (UNE) em Brasília e hoje participa do colegiado
do patrimônio imaterial no Ministério da Cultura.
É integrante do povo Tukano (espalhado entre o
Amazonas, partes da Colômbia e da Venezuela) e mestranda na Universidade de
Brasília (UnB), onde pesquisa a inclusão do conteúdo indígena no ensino no
Brasil.
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Daiara:
No Facebook e
a página da Rádio Yandê.
Renata Tupinambá
Formada em jornalismo, Renata, 26
anos, é roteirista, poeta e produtora.
Atua com etnojornalismo e
ciberativismo indígena desde 2008 e foi uma das idealizadoras da Rádio Yandê, a
primeira rádio online indígena do Brasil. “Trabalhar a comunicação como uma
ferramenta de descolonização é uma grande realização”, afirma.
Integrante do povo Tupinambá, da
Bahia, participou ainda do Projeto Índio Educa, voltado a alunos e professores
dos ensinos médio e fundamental. Hoje divide o tempo entre sua casa no Rio de
Janeiro e uma aldeia em Mato Grosso do Sul.
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Renata:
No Facebook e a página da Rádio
Yandê.
Célia Xakriabá
Célia é a primeira indígena a
representar os povos indígenas de Minas Gerais na Secretaria de Educação do
Estado, buscando construir “processos de educação diferenciada e participativa
não apenas para, mas com os povos indígenas”.
Integrante do povo Xakriabá, do
norte de Minas, milita desde os 13 anos de idade no movimento indígena. “A
melhor ferramenta que tive para a aprendizagem não foi o giz, mas a luta”,
afirma.
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Tags: Mulheres indígenas · Questões de Gênero
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