Enfim, os
Jogos do Rio 2016 estão seguros?
A Força Nacional de Segurança
assumiu nesta terça-feira, 5, a responsabilidade pela segurança dos locais de
competições das Olimpíadas do Rio 2016. Especialistas em Segurança Pública
comentam as providências de primeira e de última hora.
Para André Mendes, da Fundação
Getúlio Vargas, no Rio, especialista em questões de Segurança Pública, “para
fazer frente a um evento deste porte, como são as Olimpíadas, é preciso
que as autoridades atuem em convergência. E é isso que estamos observando
por parte dos três níveis de Governo: federal, estadual e municipal. Vejo com
muito bons olhos o deslocamento da Força Nacional para o Rio de Janeiro, mas a
eficiência de suas ações vai depender da forma de integração com outros órgãos
que também atuam na Segurança Pública, no caso, órgãos estaduais e Forças
Armadas. Tudo isso com a preocupação voltada para proporcionar à população a
mais absoluta sensação de segurança”.
Tânia
Rêgo/Agência Brasil
Quanto às críticas que o Prefeito
do Rio, Eduardo Paes, vem fazendo à segurança da cidade, André Mendes observa:
“Não é de hoje que o Rio de
Janeiro enfrenta problemas de segurança. Portanto, o problema é antigo e não
apareceu em função das Olimpíadas. O importante para a população é que
as autoridades atuem de forma integrada, para que, pelo menos, possam
diminuir as preocupações com a violência.”
Também especialista em Segurança
Pública, o professor da Faculdade Cândido Mendes, Paulo Storani, ex-instrutor
do BOPE (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Estado do Rio de
Janeiro), o fato de a segurança das Olimpíadas exigir um efetivo de proteção
superior ao dos Jogos Olímpicos de Londres revela que algo de muito sério
deixou de ser feito:
“Tudo aquilo que deveria ter sido
planejado com grande antecedência para as Olimpíadas do Rio, em termos de
segurança pública, simplesmente não aconteceu. Diante de todas
as providências que não foram tomadas, o que restou fazer foi demarcar
território, mobilizando grandes efetivos da Força Nacional e de militares.
Estes efetivos vão cuidar da segurança nas instalações esportivas e nas áreas
de grande movimentação na cidade, enquanto que à Polícia Militar competirá
patrulhar as áreas de acesso e as proximidades destas instalações. Então,
dentro da precariedade com que foi tratada a questão da segurança pública para
as Olimpíadas, neste longo período de antecedência, o resultado a que se
chegou – emprego de forças estaduais e federais – deverá proporcionar alguma
tranquilidade à população.”
Paulo Storani alerta para a
necessidade de as autoridades se manterem absolutamente atentas à
possibilidade, ainda que remota, de ocorrerem atos terroristas na cidade neste
período:
Marinha
do Brasil
“Espero que tais atos não
aconteçam, mas se, por infelicidade, acontecerem, a segurança da população
estará na capacidade dos agentes públicos em proporcionar pronta resposta aos
planejadores e executores desses atos. Em outras palavras: como irão agir
as autoridades se, por acaso, tais atos forem consumados. Então, é
necessário saber quais esquemas de Defesa Civil foram montados, como se darão a
remoção e o atendimento à possíveis vítimas, para quais unidades serão levadas,
e como se dará a repressão aos responsáveis pelos atos criminosos. Isto é o que
chamamos de resposta. Mas esperemos que atos terroristas não ocorram, e que
as Olimpíadas e Paralimpíadas do Rio de Janeiro transcorram na maior paz.
E vamos esperar também pela confirmação da crença dos organizadores dos Jogos,
de que Deus é brasileiro e que, portanto, nada de mau acontecerá.”
SPUTINIK
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