NOVO PORTO DA VALE NA
MALÁRIA DE US$ 1,4 BILHÃO INAUGURADO
Novo
terminal foi projetado para cortar custo no transporte de minério de ferro para
a China
Jornal
do Brasil
O
Financial Times publicou nesta
sexta-feira (7/11) uma matéria sobre um novo empreendimento da mineradora
brasileira Vale. Segundo o artigo de Jeremy Grant e Samantha Pearson, a
companhia empreendeu “um ousado movimento contra seus rivais australianos ao
inaugurar um terminal portuário de US$ 1,4 bilhão na Malásia, projetado para reduzir
o custo na venda de minério de ferro para a China, o maior consumidor do mundo.
As
instalações foram construídas em águas profundas, entre Kuala Lumpur e Penang
no Estreito de Malacca, e são uma tentativa de reduzir a desvantagem diante
da BHP Billiton e da Rio Tinto devido à
maior distância necessária para transportar o minério de ferro do Brasil até os mercados asiáticos, sedentos
por energia.
Os
preços do minério de ferro caíram mais de 40% até agora neste ano, o nível mais
baixo nos últimos cinco anos, quando o fornecimento das três mineradoras – os
maiores produtores do mundo – deteve um suave crescimento da demanda”.
“A
China compra cerca de um quarto de seu minério de ferro só da Vale, e responde
por 49.6% do total de vendas de minério de ferro da empresa para a Ásia. O país
importa 65% de todo o minério de ferro comercializado, informou a Vale.
No
entanto, a logística sempre foi um grande desafio, já que as maiores minas da
Vale ficam a mais de 16 mil km da China enquanto as da BHP e da Rio Tinto estão
mais perto”, informa o artigo do Financial Times.
Os
jornalistas prosseguem: “A Vale construiu sua própria frota de transporte de
minério de ferro, composta pelos navios Valemax, em 2011 numa tentativa de
reduzir os custos de transporte, mas os cargueiros foram terminantemente
impedidos de entrar nos portos chineses devido à oposição da associação de
donos de navios na China assim como por questões de segurança.
As
instalações do novo porto, em Teluk
Rubiah, foram projetadas para trabalhar em torno desse problema ao acomodar os navios Valemax, cada um sendo
capaz de carregar 400 mil toneladas de minério de ferro. Eles vão transportar o
minério até a Malásia, de onde será redistribuído para a China e outros países
asiáticos em embarcações menores.
“Teluk
Rubiah faz parte da estratégia de negócios da Vale para melhorar a capacidade
da empresa de fornecer minério de ferro de uma maneira mais cada vez mais
eficiente para os mercados asiáticos”,
disse Murilo Ferreira, o diretor-presidente da Vale.
As
instalações possuem cinco pátios de estocagem onde diferentes tipos de minério
de ferro podem ser misturados e customizados de acordo com as necessidades dos
clientes regionais”, informa a matéria.
“Isso
vai permitir à Vale enfrentar um segundo problema que tem prejudicado seus
esforços para obter vendas mais lucrativas na Ásia, segundo Ian Roper, analista
na corretora CLSA, em Cingapura.
Desde
2010, quando mineiros e fabricantes de aço concordaram em abandonar um
mecanismo de fixação de preços usado por 40 anos baseado em contratos de longo
prazo, os preços do minério de ferro mudaram de contratos de longo prazo para
um mercado a vista, onde a fixação de preços é mais imediata e transparente.
Isso
permitiu a compradores na Ásia de baixar preços de fornecedores como a Vale,
que haviam obtido lucros significativos com a venda, com um minério de ferro de
alta qualidade, superior ao produto fornecido pelos rivais australianos,
afirmou Roper, que foi entrevistado pelo Financial Times.
O
analista disse também que a Vale agora será capaz de misturar um minério de
ferro levemente inferior para o mercado chinês, próxima à qualidade do minério
vendido atualmente pelos rivais australianos.
“Trata-se
essencialmente de dar a eles a opção de não serem forçados a vender seu produto
de melhor qualidade para a China com desconto,” analisou Roper. “Tendo a opção
de não vender minério de alta qualidade para fábricas chinesas que não a
valorizam, a Vale acredita claramente que as pessoas que o valorizam - Japão e
Coréia – voltarão a pagar por produtos melhores".
Tags:
ÁSIA, cHINA, comércio exterior, minério de ferro, vale
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